25 de julho de 2008

Velha Insônia*

corujaA Insônia é um distúrbio do sono e pode ser caracterizada pela total falta de sono ou pela baixa qualidade deste. Pod e ser percebida quando há dificuldade para iniciar o sono, ou quando se acorda freqüentemente durante a noite com dificuldade para voltar a dormir, ou simplesmente quando o sono não é revitalizante. Pode ser provocada por diversos fatores. A insônia temporária pode ter em sua causa o stresse provocado pela prova do dia seguinte. Já a insônia crônica pode ser o sinal de uma doença como a asma ou depressão. Para um insone, uma noite sem dormir significa cansaço e sonolência durante o dia - a popular lerdeza -  e irritação - a também popular chatice.
A criança que sofre de insônia pode não ter  energia suficiente para gastar durante o dia, o que interfere na capacidade mariposade apendizado. Criança que dorme pouco também tem mais chances de serem obesas, porque é durante o sono que é liberado o hormônio do crescimento que também combate o acúmulo de gordura, ajuda a manter o tônus muscular, é responsável pelo desempenho físico e combate a osteoporose, ou seja, crianças insones têm tendência a serem mais burras, doentes, fracas e baixas.
Para muitos isso pode ser  um problema, inclusive para minha mãe que convive com uma filha coruja (ou morcego, ou muriçoca, como preferir), mas confesso, nunca abri a boca para dizer “sofro de insônia” – claro, salvo depois de crescida, quando começaram as minhas preocupações com o relógio – porque eu gostava de ter insônia, eu me divertia muito sozinha com a casa toda só para mim. Era o meu momento de liberdade.
Hoje, analisando essa "característica" , posso até afirmar que passar noites inteiras sen dormir foi importante para minha formação intelectual, pois foi assim que me introduzi no mundo cultural. Tantos livros adiantados durante a madrugada, várias revistinhas em quadrinhos lidas ao som de grilos e corujas e principalmente... muitos filmes assistidos na calada da noite.
sono Ficava noites inteiras assistindo às sessões noturnas dos canais, um atrás do outro, o que me dá uma média de dois a três filmes por noite não dormida. Foi assim que conheci muitos filmes clássicos, sem nem mesmo saber que eram clássicos, como O Mágico de Oz, Casablanca, E o Vento Levou, etc, etc.  Nem sei se ainda passam esses filmes de madrugada, mas me diverti muito assistino Os irmãos cara-de pau. Também não posso deixar de  falar dos "filmes B" de gosto duvidoso, cheios de bichinhos gigantes e que até hoje me provocam uma certa nostalgia.
Porém, no meio de tantos filmes, tem um especial, que eu considero o marco zero de tudo. Uma obra-prima, que tenho na memória até hoje – nem tanto pela narrativa, mas da sensação que me causou. Como se fosse um elo, minha primeira memória, que me fez virar uma amante da sétima arte.disque_m_para_matar
Eu devia ter uns nove ou 10 anos e um filme em preto e branco  não deveria me interessar tanto. Acho que devo ter ficado em frente da TV porque não estava passando coisa melhor mesmo. Eu nunca tinha ouvido falar de Hitchcock, e nem sabia que estava assistindo um filme que iria demorar vários e vários anos até eu vê-lo de novo. O filme era Disque M para matar, do já citado mestre do suspense Alfred Hitchcock.
Lembro que mantive meus olhos vidrados, sem piscar nem um segundo, com medo de me perder na trama. O interesse em saber aonde aquela história iria chegar ao fim das contas... era como se eu nunca tivesse assistido um filme em toda minha (curta) vida.
É engradeçado como eu não lembro quase nada da história (naquela época), a sensação foi mais forte. A ansiedade, a angústia era quase anormal, lembro que tremia. Quando dei por mim, o filme já havia terminado e eu estava tão envolvida que nem tinha  notado que já havia amanhecido. A sala já estava toda iluminada pela luz do sol e dava pra ouvir o som dos passarinhos e dos primeiros carros passando nas ruas... foi como se tivesse acordado de um sonho mágico.
birds2 *Se algum médico ler esse texto, aviso desde já que não há fontes citadas porque a única fonte consultada foi a minha sabedoria de hipocondríaca. Se os dados tiverem incorretos, peço que sintam-sa à vontade de corrigí-los.

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