3 de março de 2010

Um post sobre a saudade

A gente não queria mais um animal de estimação.

Isadora teve seis filhotes. Quatro morreram por causa de alguma espécie de resfriado. Os que sobraram ficaram para adoção.

A gente não achou um dono pra ela.

Ela era assustada, medrosa, tinha síndrome do pânico, eu dizia. Vivia escondida em algum buraco.

Ela adotou minha mãe.

Se escondia no quarto, debaixo da cama. Ninguém via. Só quando minha mãe aparecia, é que a gata se mostrava, se sentindo segura.

E assim ela foi ficando, não teve nem um nome, porque quando a gente se deu conta, ela já não era um filhote.

A gente não queria. Ela nos adotou. Ela nos escolheu. Cinco pessoas dentro de casa, e ela escolheu... minha mãe.

Antes... eu não sabia qual era o verdadeiro sentido de dizer que “não é só um animal de estimação, é parte da família.” Eu dizia, mas não sabia o real sentido, não antes de você.

Nenhum outro foi tão presente, mesmo não gostando de mim, e mesmo por causa disso, um gesto de carinho seu parecia gigantesco. Para nenhum outro eu fiz tantos planos, só pra você.

Nenhum outro teve a presença que você teve. Vou sentir falta da sua interação, das reclamações, de me pedir comida todo dia de manhã. E não consigo lidar com esse sentimento de culpa que ainda me corroe.

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